As Salas Educativas foram concebidas para o programa educativo da exposição Desenhar no espaço – Artistas abstratos do Brasil e da Venezuela na Coleção Patricia Phelps de Cisneros, com curadoria de Ariel Jiménez, realizada na Fundação Iberê Camargo entre XX e XX. Estes espaços ofereceram ao público peças interativas de caráter educativo, que cumpriram a função de ferramentas pedagógicas com o objetivo de possibilitar aproximações entre o público e os conceitos presentes na produção poética dos artistas apresentados na mostra através da manipulação e da experiência direta dos dispositivos,
Representam importante marco da presença do Programa Educativo junto à exposição, através da ocupação do espaço expositivo ao lado das obras dos artisttas, numa articulação inédita dentro do contexto da Fundação Iberê Camargo, entre a curadoria da exposição e a curadoria pedagógica.
Gego (Hamburgo, 1912 – Caracas, 1994) Gego utiliza-se da linha como elemento formal e estrutural capaz de estabelecer uma relação entre o desenho e o espaço real. A artista vê a linha como um índice material da relação dois pontos no espaço, capaz de expressar visualmente o pensamento humano descritivo. Desta forma, os desenhos de linhas sobre papel são substituídos por “desenhos” estruturais reticulares, onde a linha ganha corpo e se projeta no espaço, “sem papel e, em conseqüência, sem enquadramentos.” Mira Schendel (Zurique, 1919 – São Paulo, 1988) Schendel chega à linha como corpo na séria Sarrafos. Na passagem da linha sobre o fino e frágil papel-arroz para a força de uma linha tornada corpo, que lança para fora do plano em direção ao espaço, Mira declara ter alcançado a agressividade. Os Sarrafos são um gesto extremo que demonstram a possibilidade de a linha adquirir consistência e saltar para fora da superfície bidimensional. Os Sarrafos ultrapassam os limite entre pintura e escultura, dialogando com o espaço a sua volta, transpondo a experiência bidimensional – a ambigüidade entre plano e superfície – para o espaço real, onde se encontra o espectador. São pinturas tridimensionais, onde há somente este pedaço de algo – o próprio marco ou moldura da pintura – que brota de dentro do seu campo visual, do branco puro do plano pictórico.
Alejandro Otero (El Manteco, 1921 – Caracas, 1990) Otero dedicou-se a investigar a linha, a cor e os efeitos luminosos, em busca da depuração e valorização dos meios plásticos enquanto temas artísticos. Foi um artista que transitou do figurativo ao abstrato, abandonando progressivamente a pintura como representação em favor de figuras autônomas, libertando a forma e a cor de seus vínculos como representação. Inspirado no neoplasticismo de Piet Mondrian, criou as séries Collages ortogonales (1951) e Coloritmos (1955). Os Coloritmos, apresentam variações cromáticas sob uma estrutura repetida de linhas paralelas. O objetivo de tais linhas era assegurar o dinamismo da superfície, estabelecendo um ritmo direcional aberto. As cores moviam-se entre as linhas criando um contraponto de dimensões e espaços a partir da vibração das paralelas e das cores.
Alejandro Otero (El Manteco, 1921 – Caracas, 1990) Otero dedicou-se a investigar a linha, a cor e os efeitos luminosos, em busca da depuração e valorização dos meios plásticos enquanto temas artísticos. Foi um artista que transitou do figurativo ao abstrato, abandonando progressivamente a pintura como representação em favor de figuras autônomas, libertando a forma e a cor de seus vínculos como representação. Inspirado no neoplasticismo de Piet Mondrian, criou as séries Collages ortogonales (1951) e Coloritmos (1955). Os Coloritmos, apresentam variações cromáticas sob uma estrutura repetida de linhas paralelas. O objetivo de tais linhas era assegurar o dinamismo da superfície, estabelecendo um ritmo direcional aberto. As cores moviam-se entre as linhas criando um contraponto de dimensões e espaços a partir da vibração das paralelas e das cores.
Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, 1937-1980) Desde o início de sua produção, já está presente a busca de um novo espaço para a pintura, alternativo ao quadro. Nos seus Metaesquemas, Oiticica já sinaliza a desintegração do quadro. Ao criar os Bilaterais (1959), os Relevos Espaciais (1960) e os Núcleos (1960), marca definitivamente a saída do quadro para o espaço, libertando a forma e a cor da superfície do quadro. É como se Oiticica tivesse recortado, metaforicamente, os módulos dos Metaesquemas e os lançado no espaço como corpos de cor: é a passagem da cor para o espaço. O espectador não está mais frontalmente situado diante de um campo destinado à contemplação estética, emoldurado e separado do espaço real. É suscitada uma nova atitude no público, que pode circular entre essas “pinturas”, o que enseja uma atitude não contemplativa e participativa.
Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, 1937-1980) Desde o início de sua produção, já está presente a busca de um novo espaço para a pintura, alternativo ao quadro. Nos seus Metaesquemas, Oiticica já sinaliza a desintegração do quadro. Ao criar os Bilaterais (1959), os Relevos Espaciais (1960) e os Núcleos (1960), marca definitivamente a saída do quadro para o espaço, libertando a forma e a cor da superfície do quadro. É como se Oiticica tivesse recortado, metaforicamente, os módulos dos Metaesquemas e os lançado no espaço como corpos de cor: é a passagem da cor para o espaço. O espectador não está mais frontalmente situado diante de um campo destinado à contemplação estética, emoldurado e separado do espaço real. É suscitada uma nova atitude no público, que pode circular entre essas “pinturas”, o que enseja uma atitude não contemplativa e participativa.
Jesús Rafael Soto (Ciudad Bolívar, 1923 – Paris, 2005) Em Doble transparência (1956), Soto sobrepõe duas superfícies programadas distantes alguns centímetros entre si; incorporando o espaço que se revela entre os planos e convocando a participação do espectador, que dinamiza a obra ao se deslocar diante dela.
Salas Educativas
Curadoria Pedagógica
Luis Camnitzer
Concepção
Luciano Laner
María del Carmen González
Sofia Quirós
Produção
Adriana Boff
Carina Dias
Projeto expográfico
Ceres Storchi
Roberta Guerra